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Substitui a lavagem do cabelo? Como usar champô seco

1 Mar 2024 - 10:27

Substitui a lavagem do cabelo? Como usar champô seco

Nos dias mais agitados, a falta de tempo ou de vontade para lavar o cabelo leva algumas pessoas a recorrerem ao champô seco. Vendido em formato de spray ou pó, este produto ajuda a disfarçar a oleosidade do cabelo. Mas será uma boa prática substituir a lavagem do cabelo pelo champô seco? Quantas vezes por semana podemos utilizar este tipo de produtos? E quais os riscos do uso inadequado?

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O champô seco substitui a lavagem do cabelo?

Em esclarecimentos ao Viral, Diogo Forjaz, especialista em tricologia e medicina estética e coordenador de Dermatologia no Hospital CUF Cascais, começa por salientar que “o champô seco não substitui a lavagem tradicional”, nem é esse o seu objetivo.

Este tipo de produto, tal como o nome indica, “deve ser aplicado no couro cabeludo seco”, ao contrário do que acontece na lavagem tradicional. 

Segundo o especialista, por ser prático e fácil de aplicar, o champô seco é útil no caso de pessoas que “têm uma vida muito agitada e não têm tempo para fazer lavagens tradicionais” com a frequência que gostariam.

Da mesma forma que os champôs tradicionais têm de ser adequados a cada couro cabeludo, os champôs secos também têm de ser escolhidos com esse cuidado. Nesse sentido, Diogo Forjaz refere que há vários tipos de champôs secos, adequados a cada tipo de cabelo.

Por exemplo, existem produtos que se destacam pela sua “hidratação”, outros pelos seus “compostos antioxidantes”, alguns “são mais indicados para os couros cabeludos mais sensíveis” e há até champôs secos “que dão mais volume ao cabelo”.

No entanto, por não terem a capacidade de lavar o cabelo, os champôs secos devem ser utilizados de acordo com a recomendação e nunca como substituição da lavagem tradicional.

Quais os cuidados a ter na utilização de champô seco?

  • Escolher um champô seco adequado ao tipo de couro cabeludo

Na perspetiva de Diogo Forjaz, o champô (seja o tradicional ou o seco) deve ser sempre adequado ao couro cabeludo da pessoa. Assim, um champô com “propriedades antioleosidade” é mais adequado para cabelos mais oleosos. Por outro lado, produtos “com propriedades adequadas para o couro cabeludo mais seco” são recomendados para cabelos mais secos, exemplifica. 

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Segundo o médico, a escolha destes produtos “tem de ser individualizada”, mas “nem sempre é fácil escolher o champô adequado para cada situação do couro cabeludo”. 

Por isso, o especialista recomenda que se faça sempre “um estudo do couro cabeludo, através da tricoscopia”, por exemplo, que permite “perceber a situação do couro cabeludo de cada pessoa” e, posteriormente, indicar o tipo de produto mais adequado.

  • Como, quando e com que frequência usar

Por norma, destaca Diogo Forjaz, “deve-se alternar o champô seco com o tradicional”, ou seja, “dois dias após a aplicação de champô seco” é necessário fazer uma lavagem.

Em termos práticos, “se uma pessoa lavar o cabelo três vezes por semana, o ideal é fazer uma lavagem tradicional com o champô adequado duas vezes por semana, por exemplo, segunda e sexta-feira, e na quarta-feira pode-se utilizar o champô seco”, explica.

No entanto, “tudo depende da situação do couro cabeludo”, pois, há casos em que pode ser preciso lavar o cabelo com mais frequência. 

“Se a pessoa tiver um cabelo muito oleoso, então, o champô seco tem de ser o adequado para couros cabeludos muito oleosos e, também, pode ser necessário fazer a lavagem tradicional no dia seguinte”, exemplifica.

Noutro plano, apesar de algumas pessoas “aplicarem o champô seco à noite, quando vão dormir, o ideal é que seja aplicado de manhã”, para o cabelo “não perder as substâncias ativas do champô”, esclarece. 

  • Ter atenção aos componentes do produto

Além de ser necessário escolher um champô seco adequado a cada couro cabeludo, Diogo Forjaz salienta, também, a importância de verificar os componentes do produto.

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De modo geral, o champô seco deve: “hidratar”, “controlar a oleosidade” e “ter uma ação antioxidante” (através da presença de “vitamina E”, por exemplo).

Por outro lado, “convém evitar fórmulas com conservantes, para não prejudicar o couro cabeludo”. 

Alguns componentes ativos presentes nos sprays “são um pouco agressivos para o couro cabeludo e podem causar prurido (comichão), dermatite de contacto ou dermatite seborreica, secundárias à utilização do champô seco”, acrescenta o médico.

Quais as consequências do mau uso de champôs secos?

Tal como tinha esclarecido a dermatologista Filipa Osório, em declarações anteriores ao Viral, não existe “evidência científica de que faça mal usar o champô seco de vez em quando”.

No entanto, usar champô seco de forma excessiva ou usar um produto desadequado para o couro cabeludo é prejudicial para a saúde do cabelo

Substituir a lavagem pela aplicação de champô seco “faz com que não haja uma lavagem profunda e uma purificação do couro cabeludo”, defende Diogo Forjaz. 

Isto pode potenciar a “oleosidade” e a sujidade do couro cabeludo, provocando “prurido” e desconforto. 

Além disso, pode ter consequências mais graves, como, por exemplo, “o desenvolvimento de dermatite seborreica, secundária a uma lavagem não adequada do couro cabeludo” e a uma “aplicação excessiva deste tipo de produtos”.

O mau uso do champô seco pode ainda “causar queda capilar reativa”, que só se resolve “quando o doente deixa de usar o produto e começa a fazer uma lavagem adequada”.

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Na perspetiva de Diogo Forjaz, é preciso ter cuidados extra quando se tem uma determinada sensibilidade ou patologia do couro cabeludo.

“Os champôs secos têm, muitas vezes, substâncias ativas químicas, algumas agressivas, que podem agravar uma situação clínica”, alerta.

Por norma, não se aconselha o uso de champô seco em casos de “dermatite seborreica e psoríase mais avançadas e em couro cabeludo muito sensível”.

Além disso, nestes contextos, é recomendado que os doentes estejam a ser acompanhados por um dermatologista e, dependendo da situação, o champô seco pode estar contraindicado.

1 Mar 2024 - 10:27

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